terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sai flango, sai flango!!!

Você sabia que a codorna quando nasce, já sai do ovo correndo?

Estou falando sério, não é nenhuma piada não. Codorna é bicho bom, bicho esperto. Sai do ovo correndo.

Bem, eu não sou uma codorna - ponto positivo para mim - e certamente não saí correndo da barriga da minha mãe - ponto negativo para mim - mas isso não me torna menos esperta. Quero só ver uma codorna escrever um blog com título em inglês. Enquanto meus pais fazem cara feia para o fato de eu não ir muito bem em física, os pais da codorninha fazem cara feia para o fato dela não saber escrever (nem ler!).

Se você não pegou o espírito da coisa ainda: este é só mais um post revoltado com o grande estímulo que a maioria dos pais por aí a fora acham que dão ao comparar seus filhos aos filhos dos outros - ou a eles mesmos quando eram mais novos.

Talvez não sejamos melhores que uma codorna ou que o filho do vizinho, mas eu quero ver qualquer um dos dois nunca repetir nenhuma matéria numa universidade onde a média é sete e as aulas são durante as férias - ou seja, na ausência de férias.

Ora essa, sai flango!

***

Só para vocês entenderem que eu não sou analfabeta, vou terminar o post de hoje com um momento de descontração.

Outro dia um cara tava morrendo de fome e parou numa pastelaria chinesa. Po, pastel chinês, massudo e com bastante recheio... dá um susto bom no estômago. Aí ele chegou no balcão e perguntou pro chinesinho:
- Esse pastel aqui é de que?
- É de flango. - respondeu o chinês, com aquele sorriso que fecha os olhos pequenininhos dos orientais.
- Ah, então me vê esse pastel de frango mesmo.
Alguns minutos depois, já de barriga cheia, bem satisfeito com seu pastel. O cara está prestes a sair da pastelaria quando se depara com uma cena interessante. A calçada estava cheia de pombos e o chinesinho foi espantá-los de lá, agitando os braços o velhinho oriental começou a gritar:
- Sai flango! Sai flango!

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Sobre o excelente uso das ondas de rádio para comunicar e informar a população

Então, de novo eu vou na onda da galera e comentar sobre o apagão de ontem a noite. (Aliás, estive pensando em um nome de efeito... tipo, o Apagão de 10 de Novembro - pessoalmente eu acho que 11 de Novembro ficaria melhor... causaria mais impacto, mas sabe como é, a originalidade brasileira..)

Não que meus comentários venham a ser de grande importância e - juro! - o fato de eu torcer pro Flamengo não tem nada a ver com isso... mas, sério, metade da Federação praticamente totalmente apagada, e as rádios comentando o jogo do Vasco?!

Ontem a noite, quando a falta de luz impossibilitou o uso da internet o meu único recurso para informações foi o rádio. E cadê que eu acho rádio que pudesse informar alguma coisa?! A rádio Tupi estava falando do jogo do Vasco, a JB FM se encontrava nas mãos de uma radialista falando de alguma piriguete de alguma ouvinte... outra estação estava sendo bombardeada não por perguntas e reclamações mas sim por pedidos! Pedidos de músicas para o jantar a luz de velas de última hora. Ah, o espírito brasileiro! A CBN estava dividida entre o jogo do Vasco e notícias do ble-cau-te (no Brazil se fala Portuguese) até que depois de um tempo finalmente tratou do assunto mais sério.

A única rádio que não estava falando de futebol e estava totalmente focada no ocorrido era a rádio da Band - sediada em São Paulo, não estava oferecendo muitas notícias úteis aos cariocas e fluminenses (não o time, pra quem não sabe quem nasce no estado do Rio é chamado de fluminense - mal goooosto....).

Enfim, que lição podemos tirar desse episódio? Quer dizer, se dependermos do sistema radialista para comunicação em tempos de crise, temos que torcer que problemas desse tipo ou mais graves - tipo, sei lá, vai que a Bolívia resolve invadir... - não ocorram junto com o Brasileirão ou no mesmo dia que um time grande carioca, como o vasquinho.

Por outro lado, o que mais poderíamos esperar? Estamos no país do futebol e do empurra-empurra de culpados. (Alguém mais achou estranho o conflito de informações entre o ministro de energia e o acessor de Itaipu?) Nada mais natural que enfrentar um problema básico como o da maior hidrelétrica do mundo não estar fornecendo energia para 18 estados nem para o país vizinho...

(Já sei, foram os argentinos, com inveja da Copa de 2014! Porque aqui no Brasil sempre se trata de futebol, né?)


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Minha casa passa a ter mais verduras

Este post é em comemoração a minha nova companheira, Chuchu, uma coelhinha anã branquinha com manchas marrons bem clarinhas. Ela é uma graça - meio assustada, verdade, mas que lagomorpho não é? - e adora alface, que surpresa.

Enfim, eu a estava observando agora, me deliciando com aquele orgulho de quem tem um bichinho de estimação tão fofo quanto aqueles de filmes, quando me deparei com o olhar dela (aliás, olhos pretos são o que há em coelhos, os vermelhos não estão com nada) e fui atingida por aquela dúvida inquietante e desesperadora que bate na gente quando olhamos no olho de um animal. Será que pensa? O que pensa? Como pensa?

Até alguns segundos atrás, Chuchu estava deitada - se levantou ao som dos Beatles, bom sinal - e bem parada, os olhos escuros bem atentos. Quero dizer, geralmente quando eu estou deitada e olhando para o nada, minha mente está a mil, pensando em coisas, refletindo, inventando histórias, imaginando... todas essas atividades de pessoas ociosas como eu. Contudo, Chuchu é não é uma pessoa - e eu jamais a ofenderia a chamando de gente, pois nada melhor para um coelho que ser um coelho - então eu fico aqui me remoendo, pensando sobre esse tipo de coisa.

Se eu fosse transforma-la num personagem, lhe daria todos os pensamentos e sentimentos apropriados para um animal sábio - coelho não tem uma cara de inteligência?! - e gosto de pensar que ela gostaria disso. Mas isso é o mais longe que conseguimos chegar - ao menos no caso de animais como coelhos - o conforto de imaginar o que se passa em suas cabecinhas.

Ela fareja tudo o tempo todo, com certeza seu cérebro é bem ocupado. E de qualquer forma, qualquer bicho que seja tão fofo assim tem o direito nos deixar nesse mistério sem fim.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Bolhas de rebeldia

Complexo de James Dean - rebelde sem causa

Complexo de Dean Winchester - rebelde com distintivo

Complexo de Orca Brava - rebelde de várzea, sabe? aquela rebeldia moleca?


Pra que correr atrás do pinguin quando ele pula direto pra sua boca?
Pra que calcular curvas de perseguição quando o instinto já faz o trabalho todo sozinho?

Em nome de uma oceanografia menos exata.

The bubbles of revolution
Are floating around our heads
The fly so high, nearly reach the sky
But like my dreams they fade and die

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Números... e mais números

Shhhh!!!

Não contem a ninguém que eu estou aqui, eu deveria estar estudando, mas quando vc começa a somar quando deveria multiplicar provavelmente é hora de fazer uma pausa. Fazer uma pausa e trocar os números pelas palavras.

Vou continuar então, a reclamar sobre o sistema de aprovação por provas e testes.

Pra começar que não é eficiente. O professor não só perde tempo fazendo-as como também corrigindo-as por horas intermináveis, e acaba lendo muita besteira também. E isso tudo para o aluno não aprender praticamente nada - a não ser pelos poucos que realmente aprendem decorando as coisas, mas estes são muito raros.

A prova na verdade não prova muita coisa sobre o que o sistema quer descobrir sobre a capacidade do aluno. Muita gente não sabe a matéria, mas sabe como fazer uma prova, como deduzir respostas na hora, ou como obte-las na carteira ao lado, ou simplesmente estudou bastante; ao mesmo tempo, tem gente que não é capaz de guardar um nome de uma estrutura celular nem pra salvar a própria vida. Como isso pode ser justo?

Prefiro trabalhos, problematizações, projetos... qualquer coisa que exija que o conhecimento seja aplicado e utilizado. Essa sim é uma boa maneira de avaliar o desempenho de um aluno. Pra não falar que é muuuuito mais fácil para um professor, sentar na cadeira e apenas ouvir!

Mas a pior parte disso tudo, na verdade, é querer avaliar algo tão abstrato quanto o conhecimento com números!!!

Não existe nada em número a não ser a quantidade ou ordem que ele representa.

Tudo bem, talvez eu esteja levemente irritada com os números, mas imagino que pelo menos algumas pessoas estejam entendendo o que estou dizendo. Estou falando de saber e entender uma matérias mas não ter saco de ficar horas em casa repetindo exercícios inúteis e sem aplicação nenhuma.

Esse tipo de avaliação, meus amigos, é o pai do "estudar só para passar", e a culpa não é dos alunos.

Hunf!

Enfim, Euler descobriu que não estou trabalhando na equação dele, tenho que voltar...

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Square bubbles

No final do semestre passado me disseram: equações diferenciais é mais fácil que cálculo II.

Parte de mim queria acreditar, queria mesmo, o professor era gente boa e ajudava a turma em tudo o que podia. Porém um bom pedaço da minha mente gritava que eu não teria essa sorte.

Ainda não decidi se é mais difícil ou mais fácil mesmo, sendo a minha preguiça a grande catalisadora desse meu pavor por certas equações homogêneas e características e fatores integrantes e mais um monte de coisas que eu vou estudar só amanhã, porque não caem na prova de amanhã.

Enfim, acho que já deu pra perceber que o culpado pela minha ausência neste blog é esse terrível sistema de aprovação por notas de provas. Não só estou sem tempo como também não tenho um pingo de criatividade para escrever, e ninguém merece um monte de bolhas quadradas e sem imaginação.

Depois do dia 4, porém, estarei de volta.

In black.

domingo, 21 de junho de 2009

Branco

Engraçado como quando alguém pede algumas palavras suas, você quase sempre para alguns segundos como que para pensar mas não chega realmente a pensar em nada.

Ás vezes nos perguntam alguma coisa e nós quase nunca temos uma resposta na ponta da língua. Claro, não estou falando de perguntas com respostas exatas, estou falando de perguntas sobre gostos, opiniões, concelhos... Os primeiros instantes após a interrogação são sempre em branco.

O que eu acho mais interessante, porém, é que de alguma maneira, a sua resposta parece estar pronta, escondida em algum lugar antes que você comece falar. Mesmo que o questionamento tenha lhe surpreendido, suas respostas - bem como suas reações à tudo na vida - fazem parte do que você é naquele momento e mesmo que você pense por muito tempo, eu tenho a impressão que elas são tão naturais de si mesmo quanto qualquer outra preferência sua.

Imagino se esses segundos não são justamente o tempo que a parte mais ajuizada de nós decide se as palavras devem sair ou não, afinal, nem tudo deve ser dito; já aconteceu comigo e provavelmente com você também, o branco momentâneo passa mas por algum motivo você não fala o que pretendia originalmente dizer, principalmente quando você sabe o peso que suas palavras têm para a outra pessoa.

Pessoalmente, gosto muito desses momentos de vazio mental. Já devem ter salvo a vida e as relações de muitas pessoas, inclusive as minhas. Sem contar que é sempre bom fazer parecer que você está pensando, que você está levando a sério.

That's some lost bubble, Billy.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

China in circus. Será?

Ante-ontem fui numa apresentação de um circo chinês.

Circo Nacional da China! Apresentando o espetáculo: Piratas!

A primeira coisa que me incomodou foi a semântica do nome do circo... É da China, certo, então o 'nacional' já é um pleonasmo. Eu tenho alguns problemas com pleonasmos. Nâo sei se isso acontece só comigo (provavelmente só comigo...), mas eu sempre fico pensando se o pleonasmo nâo quer dizer outra coisa diferente.
Pode parecer idiota, não me critiquem, mas a palavra nacional não faz parecer que é um circo chinês do Brasil?! Quero dizer, o Circo du Soleil é canadense e todo mundo sabe disso sem que ele fiquei anunciando isso aos quatro ventos. Bom... deixa pra lá, acho que tantos anos só podendo vestir vermelho mexeu um pouco com a criatividade dos ling-lings...

Passada a minha dúvida mental quanto ao pleonasmo naqueles momentos tediosos na fila da pipoca e depois esperando o show começar(e acabando com a pipoca enquanto isso), as luzes se apagaram e os artistas entraram no palco. Artistas vestidos de piratas. Eis então minha surpresa: piratas ocidentais.

Ora, é sabido que os chienes foram grandes navegadores e que havia pirataria por aqueles mares. Então por que representar piratas ocidentais? Não que eu seja especialista no assunto, mas tenho certeza que nenhum Capitão Chung Cho qualquer vestia culotes, lenço estilo bandana na cabeça acompanho por um chapéu de cowboy - ah é, esqueci de mencionar, aparentemente na visão do figurinista os piratas poderiam encontrar um touro pra domar a qualquer hora. (o Boi Bandido daquela novela nunca me enganou!)

Isso pra não mencionar outras coisas que me deixaram intrigadas. Sei lá, não sou uma toupeira quando se trata de interpretar uma história, mas admito que não entendi onde tartarugas ninjas futuristas com cascos prateados e que andavam de skate tinham a ver com alguma coisa ali. Ninjas! Figuras clássicas da cultura do Japão, um inimigo histórico da China.

Ou seja, pra um circo chinês o show estava bem internacional. Cowboys comandando os subordinados do Jack Sparrow, ninjas e no final uma música que dizia "Ole-le, ola-la!". Nem a música tinha qualquer coisa de chinesa! Sabe aquele tan-tan-tan-tin-tan? Então, nem isso.

Os artistas estão de parabéns é claro. Força, equilíbrio, concentração e técnicas admiráveis - menos aquela de girar os pratos, acabou com a minha alegria descobrir que os pratos não sao soltos de verdade. Mas no fim, acho que teria tido muito mais da China se tivesse ficado em casa e pedido o yakisoba do China in Box. China in Box! Reparou no nome em inglês? Sacou a crítica?

Não que eu simpatize com ele, mas o velho Mao deve estar se remexendo na cova.

domingo, 7 de junho de 2009

O mundo é assim, não se assuste.

Todo mundo anda falando do acidente da Air France, então emitirei algumas bolhas sobre isso também, mas não espere que eu vá falar sobre destroços do avião, vítimas ou o fenômeno meteorológico que causou o acidente (embora sobre este último eu tenha boas condições para soprar, inclusive, algumas teorias de algumas pessoas, mas isso fica pra qualquer outro dia em que eu esteja me sentindo mais dedicada a profissão). Até porque, não tenho acompanhado o caso de perto, não assisto muito televisão - o sinal é péssimo embaixo d'água - e a internet me leva a outros caminhos.

Talvez você esteja pensando, então, porque eu resolvi escrever sobre esse acidente. É uma boa pergunta. Nem ia mesmo falar sobre isso, ia postar umas bolhas discordantes de algumas idéias da Hannah Arendt, posto outro dia. Acontece que me peguei pensando nos comentários que tenho ouvido muitas pessoas fazerem sobre o avião.

"Mas e a caixa preta? Não tem uma máquina que é pra essas situações? Não é possível que com essa tecnologia eles não consigam encontrar o avião! (...)" Taxista que não me deixava ouvir a notícia no rádio pois falava muito alto. Preferi deixar de fora o negativismo dele, já que isso oi dito quando não havia sido encontrado nenhum pedaço e os mais esperançosos podiam pensar que algo misterioso havia ocorrido e seus queridos estavam vivos em algum lugar desconhecido.

"(...) Eu não entendo como que com a tecnologia de hoje uma coisa dessas acontece... O avião todo eletroônico... voava sozinho, tecnologia avançada mesmo. Não dá pra entender... (...)" Rapaz que perdeu um professor no acidente.

Bem, ouvi outros é claro, mas esses dois são suficientes. Reparou o que há em comum? Tecnologia. Entendeu? Vim falar sobre a pretensão dos homens. Pretensão de que com sua tecnologia podem superar a natureza.

Dentre todas as criaturas da Terra, o acaso da evolução (ou Deus, para quem preferir, não interessa) agraciou o Homo sapiens com um cérebro desenvolvido e um polegar opositor. Esses dois elementos combinados possibilitaram ao ser humano aproveitar grande parte do seu potencial, a habilidade de concretizar as idéias do cérebro com as mãos o levou longe. Ao espaço, ao fundo do mar... não duvido que qualquer dia desses chegue ao núcleo do planeta. Muito bem. Bravo! Nenhuma outra espécie foi capaz de fazer nenhuma dessas coisas. Nenhuma outra espécie foi capaz de transformar matérias primas, construir cidades, produzir alimento em larga escala e ter tempo livre para desenvolver mais ainda as faculdades mentais.

A questão é: todo esse aproveitamento afastou o ser humano da natureza. E não estou falando simplesmente da falta de verde nas cidades ou preservação do meio ambiente ou do fato de que muitas vezes o contato mais próximo que uma criança tem com qualquer animal é no zoológico ou com um cachorro totalmente desprovido de sua cachorridade. Estou me referindo ao fato de que a raça humana esqueceu de como respeitar a natureza no sentido de temer.

Seus edifícios cheios de para-raios, seus enormes reservatórios de água e barragens e suas parafernalhas metálicas os deixaram mal acostumados com uma falsa idéia de segurança total. Então basta um acomodamento natural de placas tectônicas causar uma onda gigante capaz de devastar ilhas inteiras, ou um furacão arrasar uma cidade e destruir a economia local, ou um avião se deparar com uma combinação perigosa de nuvens, e a frágil "impenetrabilidade" humana é revelada.

O Homo sapiens não só se esqueceu do poder do planeta como também passou a pensar que pode superá-lo.

Imitando outras espécies, mergulharam e voaram, mas em vez de seguir o exemplo sábio daqueles animais que nasceram com essas habilidades, não respeitaram o poder destruidor que a Terra é capaz de mostrar.

É bem verdade que a raça dos homens se tornou poderosíssima. Conseguiu extinguir outras espécies, se tornar o único predador dos maiores predadores selvagens, no curto espaço de tempo de alguns milênios desde que surgiu num planeta com 4,5 bilhões de anos modificou e destruiu muitas coisas - foi inclusive capaz de retirar do Planeta parte de sua matéria que estava presente desde sua criação e estava sendo transformada muito antes de o fogo ser descoberto por um certo grupo de primatas sem pêlo, e manda-la para fronteiras distantes. No entanto, o homem ainda não passa de uma espécie frágil que, se retirada de seu habitat confortável das cidades não dura muito em ambientes hostis.

Entendam, o homem não pode superar a Terra. Uma erupção vulcânica pode mandar um estado inteiro pelos ares. Um terremoto e uma tsunami podem varrer uma civilização de um planeta. E não precisamos chegar a estes exemplos catastróficos, porque muitas vezes os fenômenos naturais nem precisam agir. A falha humana faz o trabalho.

Não importa o quão avançada seja a nossa tecnologia, tudo que provém de um ser que possa falhar será passível de falha também. Somando isso ao fato de que um grande pássaro de ferro é um nada para uma CB, um avião pode sim cair independente de quão eletrônico seja seu sistema.

Vejam bem, não estou dizendo que não devemos voar ou mergulhar ou conhecer outros mundos. Acho, inclusive, que devemos aproveitar todo o potencial que nos foi dado. Pesquisar, refletir, tentar, se arriscar, se aventurar... está tudo na natureza humana e isso é perfeitamente compreensível. Estou dizendo apenas que tudo isso deve ser feito com o devido respeito. E que ninguém deveria se surpreender com acidentes como esse.

A natureza sempre segue seu curso, não importa o quão modificado o planeta esteja; e na natureza sempre ocorre a morte de diversos indivíduos de todas as espécies, algumas vezes uma espécie inteira é extinta (de modo natural, sem que encostemos o dedo)...

Em resumo, o que estou dizendo é: não se surpreendam com algo natural do mundo, não se surpreendam com o fato de que o homem não é mais que uma espécie tão frágil quanto qualquer outra.

(poderia inclusive discorrer sobre como o ser humano é a mais frágil das espécies, com provas evolutivas, mas isso fica para outro dia)

E é isso. Agora algumas linhas de silêncio, como uma forma simples e rude de luto pelas pessoas presentes no vôo 447 Rio-Paris.

(


)

Se soa ofensivo a alguém, sinto muito. Não é minha intensão ofender aqueles que perderam pessoas queridas no acidente. O mundo é assim. Não devemos nos assustar com esse tipo de acontecimento.

That was one brutal bubble, Billy.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Ridiculous Ink

Tatuagem é uma coisa meio polêmica mesmo, não que na minha profissão elas importem muito; mas isso não diminui os preconceitos da minha família nem um pouco, é claro. Ao menos eu tenho um pouco de bom senso, ao contrário de algumas pessoas:


Acho que ele está dizendo: " I have a mad viking lord on my backhead. Nothing escapes from my sight. Nothing."


Exactly. Very very bad.


Porque no fundo são todos primatas curiosos e safados. Eu não, eu sou uma orca.


Ora essa, por favor... Meu pikachu no level 10 pode fazer melhor do que isso.


E pra finalizar: "Only question that I, ever thought was hard, was do I like Kirk or do I like Piccard?"


Claro, gosto não se discute. Realmente é difícil escolher entre Kirk e Piccard. Poxa, vai que o tiozão precisa assustar alguns inimigos. E hey, se o cara gosta de orgias entre símios quem somos nós pra julgar?

Mas eu estava falando sério sobre o pikachu.

Não se preocupe mãe, minha tatuagem não vai ser nesse nível.

That was one bad bubble, Billy.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Desculpe, George!

"(...)
Without going out of your door
You can know all things on earth
With out looking out of your window
You can know the ways of heaven

The farther one travels
The less one knows
The less one really knows

Arrive without travelling
See all without looking
Do all without doing"

Novamente, uma música, e embora George Harrison seja meu Beatle favorito, dessa vez venho discordar dele...

Claro que é possível não se movimentar, você não precisa viajar para pensar e refletir, muitas pessoas passam sua vida quase sem sair de casa, permanecem estáveis e refletindo e filosofando sobre o que escutam, leêm e aprendem. Afinal de coisas, se você for fã de Platão e acreditar que tudo existe primeiro em forma de idéia, é até ilógico andar e se desgastar apenas para ver formas imperfeitas de um conceito que você nunca vai alcançar no mundo material.

Imagino que talvez essa tenha sido a mensagem de George - e mesmo que não tenha, eu preservo meu direito de livre interpretação das coisas... Enfim, infelizmente nós não vivemos num mundo espiritual cheio de conceitos idealizados; talvez nossas almas imortais estejam dentro dele e nossa morte seja a passagem para esse suposto paraíso... no entanto... conceitos não matam fome, não fornecem calor e nem conseguem preencher vazios.

Idéias são os grandes motivadores do mundo. Através das idéias a humanidade realizou seus maiores feitos (independente se bons ou ruins). Então como nem ao menos olhar pela janela quando esse mundo de idéias nos provoca? Como não abrir a porta e dar o primeiro passo?

A inércia é uma ilusão da física (outra que adora trabalhar com situações ideais).

O simples fato de questionar e refletir já é uma viagem, você jamais estará no mesmo ponto depois de obter uma resposta para um questionamento. Perguntas nos levam para frente, paramos apenas quando obtemos respostas. Ou você acha coincidencia que os filósofos nunca acharam respostas para tudo? Se o conceito de filósofo é alguém que busca pela verdade, ele não pode encontrar a verdade, a busca estando terminada seu conceito muda e ele deixa de ser o que é. Eles podem sim acreditar em certas coisas, mas nenhum filósofo jamais teve paz... mas não vamos nos aprofundar muito nisso...

O ponto é: não adianta se iludir acreditando que ficar em casa meditando é estar parado.

Uma árvore é fixa, seu único movimento é causado por forças externas ou por seu metabolismo para que ela possa crescer. Uma árvore não pensa, não tem consiência de si, suas necessidades são todas resolvidas por seu metabolismo natural. Mas o ser humano... o ser humano está sempre em movimento, seja para obter as coisas que precisa seja pensando. Acontece que o ser humano precisa de estímulos para que seus pensamentos gerem reflexões... mesmo para ficar em casa meditando você precisa de alguma experiência intrigante para pensar sobre, a não ser que você ache realmente interessante pensar sobre a poeira acumulando em cima dos móveis.

Até mesmo George precisou viajar para a Índia para chegar a essas conclusões!

Quanto mais longe você vai menos você sabe? Não, a não ser que as perguntas geradas tenham sido tantas que você não consiga nenhuma resposta. A verdade é que quanto mais longe você vai mais potencial você tem para saber, tudo depende da sua disposição para isso. Se você viajar apenas olhando a paisagem, sem realmente enxerga-la e percebe-la então realmente não vai ter adiantado muita coisa... mas essas viagens(seja o percurso do corredor da escola ou uma excursão para outro país) nos proporcionam experiências de vida, nos dão idéias, nos dão todo o potencial de que precisamos.

Bom... eu poderia ficar falando aqui por horas, mas seria um texto muito longo... seria uma parede de bolhas e como não pretendo prendê-los no meio do cardume que caçarei mais tarde, vou parar de soprar por enquanto.

Boa viagem a todos ;)

That was one big bubble, Billy.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Pretty bubbles

Em homenagem ao post de estréia (na internet podemos dizer NÃO a mudança na língua portuguesa), uma música:

"(...)
I'm forever blowing bubbles,
Pretty bubbles in the air.
They fly so high,
Nearly reach the sky,
Then like my dreams,
They fade and die.
Fortune's always hiding,
I've looked everywhere,
I'm forever blowing bubbles,
Pretty bubbles in the air."
É claro, sendo uma orca, pretty bubbles in the sea.

Quando nós falamos, soltamos ar pela boca, pode-se dizer que literalmente sopramos palavras; não preciso nem comentar da respiração ou sopro proposital...
Dentro d'água o sopro vira um monte de bolhas, por isso digo que todos os debates e testemunhos deveriam ser submersos. Embaixo d'água, em algum momento você tem que soprar bolhas; prender a respiração é o equivalente a prender pensamentos e palavras na superfície, pode te levar a loucura e inconsciência total (literalmente).
Então, aqui eu sopro bolhas. Pretty orca bubbles in the water.
Sintam-se livres para soprar comigo.