"(...)Without going out of your door You can know all things on earth With out looking out of your window You can know the ways of heaven The farther one travels The less one knows The less one really knows Arrive without travelling See all without looking Do all without doing"
Novamente, uma música, e embora George Harrison seja meu Beatle favorito, dessa vez venho discordar dele...
Claro que é possível não se movimentar, você não precisa viajar para pensar e refletir, muitas pessoas passam sua vida quase sem sair de casa, permanecem estáveis e refletindo e filosofando sobre o que escutam, leêm e aprendem. Afinal de coisas, se você for fã de Platão e acreditar que tudo existe primeiro em forma de idéia, é até ilógico andar e se desgastar apenas para ver formas imperfeitas de um conceito que você nunca vai alcançar no mundo material.
Imagino que talvez essa tenha sido a mensagem de George - e mesmo que não tenha, eu preservo meu direito de livre interpretação das coisas... Enfim, infelizmente nós não vivemos num mundo espiritual cheio de conceitos idealizados; talvez nossas almas imortais estejam dentro dele e nossa morte seja a passagem para esse suposto paraíso... no entanto... conceitos não matam fome, não fornecem calor e nem conseguem preencher vazios.
Idéias são os grandes motivadores do mundo. Através das idéias a humanidade realizou seus maiores feitos (independente se bons ou ruins). Então como nem ao menos olhar pela janela quando esse mundo de idéias nos provoca? Como não abrir a porta e dar o primeiro passo?
A inércia é uma ilusão da física (outra que adora trabalhar com situações ideais).
O simples fato de questionar e refletir já é uma viagem, você jamais estará no mesmo ponto depois de obter uma resposta para um questionamento. Perguntas nos levam para frente, paramos apenas quando obtemos respostas. Ou você acha coincidencia que os filósofos nunca acharam respostas para tudo? Se o conceito de filósofo é alguém que busca pela verdade, ele não pode encontrar a verdade, a busca estando terminada seu conceito muda e ele deixa de ser o que é. Eles podem sim acreditar em certas coisas, mas nenhum filósofo jamais teve paz... mas não vamos nos aprofundar muito nisso...
O ponto é: não adianta se iludir acreditando que ficar em casa meditando é estar parado.
Uma árvore é fixa, seu único movimento é causado por forças externas ou por seu metabolismo para que ela possa crescer. Uma árvore não pensa, não tem consiência de si, suas necessidades são todas resolvidas por seu metabolismo natural. Mas o ser humano... o ser humano está sempre em movimento, seja para obter as coisas que precisa seja pensando. Acontece que o ser humano precisa de estímulos para que seus pensamentos gerem reflexões... mesmo para ficar em casa meditando você precisa de alguma experiência intrigante para pensar sobre, a não ser que você ache realmente interessante pensar sobre a poeira acumulando em cima dos móveis.
Até mesmo George precisou viajar para a Índia para chegar a essas conclusões!
Quanto mais longe você vai menos você sabe? Não, a não ser que as perguntas geradas tenham sido tantas que você não consiga nenhuma resposta. A verdade é que quanto mais longe você vai mais potencial você tem para saber, tudo depende da sua disposição para isso. Se você viajar apenas olhando a paisagem, sem realmente enxerga-la e percebe-la então realmente não vai ter adiantado muita coisa... mas essas viagens(seja o percurso do corredor da escola ou uma excursão para outro país) nos proporcionam experiências de vida, nos dão idéias, nos dão todo o potencial de que precisamos.
Bom... eu poderia ficar falando aqui por horas, mas seria um texto muito longo... seria uma parede de bolhas e como não pretendo prendê-los no meio do cardume que caçarei mais tarde, vou parar de soprar por enquanto.
Boa viagem a todos ;)
That was one big bubble, Billy.