domingo, 21 de junho de 2009

Branco

Engraçado como quando alguém pede algumas palavras suas, você quase sempre para alguns segundos como que para pensar mas não chega realmente a pensar em nada.

Ás vezes nos perguntam alguma coisa e nós quase nunca temos uma resposta na ponta da língua. Claro, não estou falando de perguntas com respostas exatas, estou falando de perguntas sobre gostos, opiniões, concelhos... Os primeiros instantes após a interrogação são sempre em branco.

O que eu acho mais interessante, porém, é que de alguma maneira, a sua resposta parece estar pronta, escondida em algum lugar antes que você comece falar. Mesmo que o questionamento tenha lhe surpreendido, suas respostas - bem como suas reações à tudo na vida - fazem parte do que você é naquele momento e mesmo que você pense por muito tempo, eu tenho a impressão que elas são tão naturais de si mesmo quanto qualquer outra preferência sua.

Imagino se esses segundos não são justamente o tempo que a parte mais ajuizada de nós decide se as palavras devem sair ou não, afinal, nem tudo deve ser dito; já aconteceu comigo e provavelmente com você também, o branco momentâneo passa mas por algum motivo você não fala o que pretendia originalmente dizer, principalmente quando você sabe o peso que suas palavras têm para a outra pessoa.

Pessoalmente, gosto muito desses momentos de vazio mental. Já devem ter salvo a vida e as relações de muitas pessoas, inclusive as minhas. Sem contar que é sempre bom fazer parecer que você está pensando, que você está levando a sério.

That's some lost bubble, Billy.

3 comentários:

  1. Acho que esse momento de vazio é mais para criar coragem, já que ACHO que tudo, ou melhor, quase tudo mesmo possa e deva ser exteriorizado. A verdade e a coesão das atitudes com o que se diz a meu ver devem estar sempre juntas. E quando alg pede uma opnião, ou um concelho, por mais dificil que possa soar deve ser dito. O branco vem como forma de tentar pensar em uma forma mais suave o que provavelmente não vai ser nada suave.

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  2. Com toda certeza, o branco é o pai de todas os eufemismos.

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